domingo, 18 de março de 2007

Confissões Íntimas



A certeza que tenho
A vida me apresentou
Em todo meu percurso...
Por códigos ocultos na minha alma...

só sei interpretar o verbo amar no infinitivo impessoal!

Só ir...
Só servir...
Só doar...

O amor não me pertence!

Meu amar gira,
em sentido horário!
Brilha como a lua!

Por que meu amor é assim?
Não quero respostas!
Não existem explicações!
Rendo-me ao silêncio!

Preciso sentir a dor e a delícia de amar ...

No ausente corpo...
Na presente alma...
Na viva imaginação..
Restando marcas no coração...

Esse amor que sempre mantém acesa a minha sede de

desejar...
cuidar...
eternizando-o
dentro do meu ser...

Preciso sentir e causar...
A dor e o prazer do não...
A dor e o prazer da dor...
A dor e o prazer da ausência...
A dor e o prazer da paixão ...

E você,

Esplendidamente!

Faz tudo através da sua inteligência de fazer nada...
Prazerosamente, sentes e causa minha dor...
Sutilmente, sentes e causa todo meu amar...
Pois, sabes que é tudo que dá sentido e preciso....
para que permaneças, dentro de mim, em chamas....

Eternamente!

por Pérola Negra

sábado, 10 de março de 2007

Neo e o Arquiteto

Dialogo entre Neo e o Arquiteto


O Arquiteto
- Olá Neo.

Neo – Quem é você?

O ArquitetoEu sou o Arquiteto. Eu criei a Matrix. Eu estava esperando por você. Você tem muitas perguntas, e embora o processo tenha alterado sua consciência, você permanece irrevogavelmente humano. Portanto, algumas das minhas respostas você vai entender, e algumas delas não. De forma concordante, enquanto sua primeira pergunta talvez seja a mais pertinente, você pode ou não perceber que ela é também irrelevante.

Neo – Por que eu estou aqui?

O Arquiteto Sua vida é uma soma de um resíduo de uma equação desequilibrada inerente à programação da Matrix. Você é a eventualidade de uma anomalia, a qual, apesar de meus mais sinceros esforços, sou incapaz de eliminar do que é, de outra forma, uma harmonia de precisão matemática. Enquanto isto continua sendo uma aflição a ser aplicadamente evitada, ela não é inesperada, e dessa forma não está além de uma medida de controle. E foi isso que, inexoravelmente, trouxe você aqui.

Neo – Você não respondeu a minha pergunta.

O Arquiteto - Correto. Interessante. Você foi mais rápido que os outros.

(É então que aparece nos monitores o que NEO poderia ter dito ou feito: Outros? Que Outros? Quantos? Responda-me!)

O ArquitetoA Matrix é mais antiga do que você imagina. Eu prefiro começar a partir do surgimento de uma única anomalia integral até o surgimento da próxima, e neste caso, esta é a sexta versão.

(Novamente aparece nos monitores o que NEO poderia ter dito: Cinco versões? Três? Eu tenho sido enganado também. Isso é mentira!)

Neo – Há apenas duas possíveis explicações: ou ninguém me contou, ou ninguém sabe nada.

O ArquitetoCertamente. Como você está indubitavelmente captando, a anomalia é sistemática, criando flutuações até mesmo nas equações mais simplistas.

(Demonstra então nos monitores a violência que NEO poderia ter usado: Você não pode me controlar! Dane-se! Vou matar você! Você não pode me obrigar a fazer nada!)

Neo – Escolha. O problema é escolha.

O ArquitetoA primeira Matrix que eu projetei era naturalmente perfeita, era uma obra de arte, sem defeitos, sublime. Um triunfo igualado somente por sua monumental falha. A inevitabilidade de sua perdição é evidente para mim agora como uma conseqüência da imperfeição inerente a cada ser humano. Dessa forma, eu a reprojetei baseada na história humana para refletir, com mais precisão, os variantes aspectos grotescos de sua natureza. No entanto, eu fui novamente frustrado pela falha. Desde então, comecei a entender que a resposta me iludiu porque ela requeria uma mente menor, ou talvez uma mente menos limitada pelos parâmetros da perfeição. Dessa forma, a resposta se colocou no caminho de outra, um programa intuitivo, inicialmente criado para investigar certos aspectos da psiquê humana. Se eu sou pai da Matrix, ela seria, sem dúvidas, sua mãe.

Neo – O Oráculo.

O ArquitetoPor favor. Como eu estava dizendo, ela se colocou no caminho de uma solução, segundo a qual aproximadamente 99,9% de todas as pessoas testadas aceitaram o programa, desde que fosse dada a elas uma escolha, mesmo se elas estivessem cientes dessa escolha em um nível quase inconsciente. Enquanto essa resposta funcionou, ela era obviamente defeituosa em sua essência, criando, dessa forma, a contraditória anomalia sistemática, que, se não for verificada, pode ameaçar o sistema em si. Portanto, aqueles que recusaram o programa, enquanto uma minoria, se não forem verificados, podem constituir uma probabilidade agravante de desastre.

Neo – Isto é sobre Zion.

O ArquitetoVocê está aqui porque Zion está prestes a ser destruída. Cada um de seus habitantes exterminados, sua existência inteira erradicada.

Neo
– Mentira!

O Arquiteto A negação é a mais previsível das reações humanas. Mas, tenha certeza, esta será a sexta vez que destruímos Zion, e temos nos tornado excessivamente eficientes nisto.

O ArquitetoA função do Predestinado é agora retornar à Fonte, permitindo uma disseminação temporária do código que você carrega, reinserindo o programa principal. Depois disso, você terá que escolher 23 indivíduos da Matrix, 16 mulheres, 7 homens, para reconstruir Zion. A falha no cumprimento deste processo vai resultar em uma cataclismática queda do sistema, matando todos que estão conectados à Matrix, o que, aliado à exterminação de Zion, resultará finalmente na extinção de toda a raça humana.

Neo – Você não vai deixar isso acontecer, você não pode. Você precisa dos humanos para sobreviver.

O Arquiteto Há níveis de sobrevivência que estamos preparados para aceitar. No entanto, a questão relevante é se você está ou não pronto para aceitar a responsabilidade pela morte de cada ser humano neste mundo

(O Arquiteto pressiona um botão e aparecem nos monitores de todas as pessoas que vivem na Matrix.)

O ArquitetoÉ interessante ler suas reações. Seus cinco predecessores foram projetados baseados em uma predicação similar, uma afirmação contingente que foi feita para criar uma profunda ligação ao restante de sua espécie, facilitando a função do Predestinado. Enquanto os outros viveram isso de uma maneira comum, a sua experiência é muito mais específica. Amor.


(Imagens de Trinity lutando contra o Agente e caindo do prédio)

Neo – Trinity.

O ArquitetoA propósito, ela entrou na Matrix para salvá-lo ao custo da própria vida.

Neo – Não!

O ArquitetoO que nos trás, enfim, ao momento da verdade, onde a falha fundamental é finalmente expressada e a anomalia revelada tanto como um início e um fim. Existem duas portas. A porta à sua direita leva à Fonte, e à salvação de Zion. A porta à sua esquerda leva de volta à Matrix, a ela, e ao final de sua espécie. Como você adequadamente colocou, o problema é escolha. Mas nós já sabemos o que você vai fazer, não sabemos? Eu já posso ver a reação em cadeia, os precursores químicos que sinalizam o princípio da emoção, projetada especificamente para sobrepujar lógica e razão. Uma emoção que já está lhe cegando da simples e óbvia verdade: ela vai morrer e não há nada que você possa fazer para impedir isto.

(Neo caminha à saida)

O ArquitetoEsperança, a ilusão humana quintessencial, simultaneamente a fonte de sua maior força, e sua maior fraqueza.

Neo – Se eu fosse você, torceria para não nos encontrarmos novamente.

O Arquiteto Isto não acontecerá.

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IN MEMORIAN ao filósofo francês Jean Baudrillard ( 1930 /2007 )que ajudou a inspirar os irmãos Wachowski a fazerem a trilogia de "Matrix" com o livro "Simulacros e simulação"
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sábado, 3 de março de 2007

Luar de Sangue



Lua sereníssima, sol romântico, eu te saúdo e conjuro,
brilhante luz que tenho em minha mão,
pelo ar que está em mim,
pela terra que toco
pelo amor que tenho em meu coração.

Eis que chega a Hora Rubra neste luar de sangue,
abrem-seo as portas entre este mundo e os demais
é dada passagem para que minha voz chegue a quem por pode ajudar-me.

Eu vos conjuro , Selene e Afrodite,
deusas dos corações dos apaixonados e guia dos amantes.
Conjuro em nome de todas as forças da Natureza do céu, da terra , d´água , do fogo e do vento.

Eu vos conjuro, Agape, Philos e Eros,
emissários e servos das Divinas Damas da Noite !
Ouçam bem meu pesar e deitem atenção sobre mim.

Eu vos conjuro e imploro por todos os divinos nomes que possuem ao longo das Eras do Mundo
Vos envie seus emissários para perseguir sem trégua a pessoa do meu desejo

Que irresistivelmente venha caminhar em minha direção
Que me ame como nunca amou ninguém
Que nunca mais tenha afeto por ninguém além de mim, nem de corpo e nem de espírito

E se algum dia vier a mim e ficar indiferente que não possa suportar,
sendo minuto à minuto importunado em sua mente até que venha para mim.

Ide, pois, prestamente emissário do amor ,
Tratai de cumprir fielmente minha vontade.
WebPost Contador!