domingo, 14 de outubro de 2007

Credo da Paz


Sou responsável pela guerra:


Quando orgulhosamente faço uso da minha inteligência para prejudicar o meu semelhante.

Quando menosprezo as opiniões alheias que diferem das minhas próprias.

Quando desrespeito os direitos alheios.

Quando cobiço aquilo que uma outra pessoa conseguiu honestamente.

Quando abuso da minha superioridade de posição privando outros de sua oportunidade para progredir.

Se considero apenas a mim próprio e a meus parentes pessoas privilegiadas.

Quando me concedo direitos para monopolizar recursos naturais.

Se acredito que outras pessoas devem pensar e viver da mesma maneira que eu.

Quando penso que sucesso na vida depende exclusivamente do poder da fama e da riqueza.

Quando penso que a mente das pessoas deve ser dominada pela força e não educada pela razão.

Se acredito que o deus de minha concepção é aquele em que os outros devem acreditar.

Quando penso que o país em que nasce o indivíduo deve ser necessariamente o lugar onde ele tem de viver.


Se estou em paz, eu promovo a paz dos que me cercam. Por sua vez, eles promovem a paz daqueles que estão à sua volta e que também farão o mesmo. Então, a paz começa por mim! E sem ela não pode haver a necessária transformação social.


Ralph Maxwell Lewis, FRC

sábado, 6 de outubro de 2007

Auto-conhecimento

Então, um homem se dirigiu a ele:

Fala-nos do conhecimento de si.

E ele respondeu:

Os vossos corações conhecem, no silêncio,
os segredos dos dias e das noites.
Mas os vossos ouvidos têm sede de ouvir, no final,
o eco do saber dos vossos corações.

Gostaríeis de saber pelo verbo
o que sempre soubestes pelo pensamento.

Gostaríeis de sentir com os dedos
o corpo nu dos vossos sonhos.
E está certo que assim o queirais.

A fonte oculta da vossa alma deve necessariamente
jorrar e correr, murmurando, até o mar;
e o tesouro das vossas profundezas infinitas
deve revelar-se aos vossos olhos.

Mas que não haja balança
que pese o vosso tesouro desconhecido;
e não procureis explorar os abismos do vosso saber
com a vara ou com a sonda,
pois o eu é um mar sem limites e sem medida.

Não digais: «Encontrei a verdade»,
mas antes: «Encontrei uma verdade.»
Não digais: «Encontrei o caminho da alma.»
Mas antes: «Cruzei-me com a alma no meu percurso.»
Pois a alma caminha por todas as vias.
A alma não anda sobre uma linha
nem se alonga como uma vara.
A alma abre-se a si mesma,
como se abre um lótus de incontáveis pétalas.


Khalil Gibran, extraído do livro ´´O Profeta ´´
WebPost Contador!